lundi 10 janvier 2011

La Veille de Noël

do Quebecoando
Dani e Leo

Desde que chegamos, somos usuários assíduos do transporte público! Já trouxemos muitas coisas pra casa no metrô (persianas, microondas, louças, etc.) e não somos os únicos: sempre vemos pessoas carregando pacotes grandes ou pequenos, nos mais diversos formatos.

Nesta véspera de Natal, enquanto nos preparávamos para sair, notamos que pegar o metrô carregando um peru de alguns kilos (com recheio de farófa - lógico!), uma sacola (ou saco, como preferiria o Papai Noel) de presentes e algumas outras coisinhas "talvez" não fosse tão prático e decidimos chamar um táxi. Em cinco minutos ouvimos a buzina e saímos com a nossa mini-mudança de Natal.

Entramos no carro, dissemos bonsoir e informamos o endereço do nosso destino. O motorista respondeu bonsoir e colocou o carro em movimento. Ele estava ouvindo um programa que parecia uma espécie de debate à respeito da política e dos rumos do Haiti - pelo sotaque e pelo programa, tivemos certeza de sua origem.

O rádio estava tão alto, que não conseguíamos conversar dentro do táxi, mas como não iríamos tão longe assim (no máximo 20/25 minutos), decidimos não falar nada. Foi quando veio a nossa surpresa: o debate acabou e o motorista trocou o rádio por um CD, aumentou o volume, gritou il faut chanter avec moi!! e começou a cantar a plenos pulmões músicas de Natal! Ao contrário do que estamos acostumados, as músicas eram muito animadas, com um ritmo bem latino, como rumba ou algo parecido.

Claro que antes de chegarmos à casa de nossos amigos, o motorista perguntou de onde somos e a reação dele (nada diferente da reação de outros haitianos que encontramos) foi nous aimons le Brésil! e uma explicação de tudo que o Brasil fez pelo Haiti com as tropas pacificadoras e as políticas de ajuda externa do nosso atual (e esperamos que do futuro) governo. Quando chegamos ao nosso destino a conversa já estava em torno dos craques do futebol e da Seleção Brasileira, segundo ele, a primeira paixão dos haitianos, seguida pela Seleção Argentina!

Mais uma das coisas que vivemos aqui e que provavelmente só acontecem por aqui mesmo: nesta Babel (como a escola em que estudávamos no Brasil e de que sentimos tanta falta) onde cada um fala sua própria língua e a comunicação flui sem problemas. Deste início de noite guardamos duas coisas: a alegria de alguém que escolheu ser feliz em vez de reclamar que precisa trabalhar e a primeira lembrança marcante do nosso primeiro Natal no Québec.

... que tudo se realize no ano que vai nascer!!

À tantôt!

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