lundi 28 septembre 2009

A Fraternidade É Vermelha

Ontem (re)vi este filme da trilogia de Trois couleurs. Até devia dizer 'vi' mesmo porque percebi que não me lembrava de muita coisa. Que traiçoiera é a memória, dizem que é melhor assim, que precisamos nos esquecer, a vida seria horrível se nos lembrássemos de tudo. Talvez seja assim mesmo, mas porque limpar da minha memória filmes tão bons?

À medida que fui vendo o filme consegui me lembrar de uma coisa ou outra, do momento em que a moça, Valentine (essa da foto) atropela uma cadela, por exemplo. E essa cadela que ela atropela chama-se Rita, Valentine verifica o endereço numa etiqueta e vai tentar devolvê-la, entretanto o dono parece não fazer muita questão de Rita, na verdade não se importa com nada o que irrita ou choca de certo modo a moça. E disso nasce uma amizade. Pois é.
Este homem representado por Jean-Louis Trintignant é um juiz aposentado que passa os dias a escutar a conversa telefônica dos vizinhos, é amargo e cínico, mas encontra em Valentine um motivo para 'reviver', rever o mundo, sem romantismos, amizade mesmo. O juiz é um homem extremamente inteligente e questionador, questiona sobretudo o seu antigo poder de 'julgar' as pessoas, teria acertado, teria errado e que diferença faz?

Valentine é interpretada por Irène Jacob, não a vejo muito no cinema. É uma mulher linda, não dessas belezas glamourosas, uma beleza real, próxima, delicada.

O filme é mais complexo do que isso, várias histórias se entrelaçam, por exemplo, vemos a juventude do juiz se repetindo na vida de um vizinho de Valentine, tal e qual, enquanto o juiz conta o passado, o presente se desenrola ali.
Bonito.
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Disponível na Babel

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