vendredi 27 août 2010

ONU pede a França que evite expulsões coletivas de ciganos

DA FRANCE PRESSE, EM GENEBRA (SUÍÇA)

O Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da ONU (CERD) pediu nesta sexta-feira à França que evite as expulsões coletivas de ciganos e afirmou estar preocupado com os "discursos políticos discriminatórios" no país.

Após muita discussão na mídia, o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou no dia 30 de julho que os acampamentos ilegais de ciganos na França seriam demolidos.

A França enviou mais de 8.300 romenos e búlgaros para seus países desde o dia 1º de janeiro e segue determinada a continuar esta política apesar das críticas.

"Discursos políticos discriminatórios na França coincidem com um aumento recente de atos e manifestações racistas e xenófobos", afirma um comunicado do CERD.

Em um momento de repatriação sem a "aprovação livre, total e informada", o CERD pede a França que "evite repatriar coletivamente" os ciganos.

Cerca de 15 mil ciganos dos países do leste europeu vivem na França, onde se beneficiam das regras de livre circulação da União Europeia, mas muitas vezes em acampamentos improvisados. Depois de três meses na França, sem domicílio nem fontes de renda, eles se tornam ilegais e podem ser removidos.

Na quarta-feira, o governo francês teve de recorrer a estatísticas policiais em Paris para justificar sua política de expulsão.

"Não há registros sobre a delinquência por comunidade, mas por nacionalidade e eu observo, por exemplo, que em Paris os crimes envolvendo romenos aumentou no ano passado 138%", declarou o ministro do Interior Brice Hortefeux à rádio RTL.

Segundo a polícia, foram 3.151 casos em 2009 contra 1.323 em 2008. Nos seis primeiros meses do ano de 2010, este índice aumentou 51,1% em relação ao mesmo período de 2008, e 49% dos delitos foram cometidos por jovens.

Folha de São Paulo, 27/08/2010 - 09h25

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